Quando morava nas proximidades do Beco Novo (Rua Coronel Sebrão), na Cidade de Itabaiana, eu e os colegas de infância costumávamos ir para a conhecidíssima “Fazenda Grande” (também era conhecida como Campo do Governo) e, sempre ia pela estrada que passava pela barragem do Açude Velho. Saíamos de onde morávamos, Rua Dr. Hunaldo Cardoso (atual Rua José Mesquita), seguindo em direção da Serra de Itabaiana (direção Leste), atravessando pelo lado do Açude Velho (passávamos por cima da barragem de concreto) e, do outro lado seguíamos caminho passando ao lado dos sítios do Sr. Vasconcelos (à direita), à esquerda, ficava o sítio do pai de Arnaldo (eles tinham sítio, mas moravam na cidade, e, justamente na Rua Dr. Hunaldo Cardoso), filho de Dona Hora.
O maior Eucalipto do Mundo
O Mercado Celeiro do Estado.
Durante um período, a produção hortigranjeira de Itabaiana abasteceu grande parte das cidade vizinhas, e, a capital do Estado (Aracaju). E, em decorrência da grande produção e abastecimentos destas cidades, foi considerada a cidade Mercado Celeiro do Estado. Acredito que em decorrência desse título é que se desencadeou a mania
de grandeza por grande parte dos ceboleiros (pessoas nascidas em Itabaiana). Nesta época, era comum chamarem os nascidos em Itabaiana de verdureiros.
O ponto mais alto do Estado de Sergipe
Desde criança era ensinado (instruído) que a Serra de Itabaiana era o ponto mais alto do Estado de Sergipe. Os livros de Geografia de Sergipe informavam que a serra de Itabaiana tinha 860 metros de altitude, mas na verdade, tem apenas 680 metros. Hoje, sabe-se que o ponto mais alto do Estado de Sergipe fica em Serra Negra, divisa com o Estado da Bahia, no Município de Poço Redondo.
A maior cidade do interior sergipano
Na década de oitenta (século XX) eu já morava próximo a chamada Rodoviária nova (hoje não é mais rodoviária), e, não tive mais conhecimento e informação de que fim levou o maior pé de Eucalipto do mundo, mas nesta época, a população serrana aumentou muito em termo de quantidade, e, já se afirmava que éramos a maior cidade do interior Sergipano! Feito o Censo, descobriu-se que a maior cidade do interior sergipano (em número de habitantes) era Nossa Senhora do Socorro!
A maior cidade do agreste de Sergipe
Decepcionados e frustrados, em quererem em ser o maior em alguma coisa, passaram a afirmar que éramos a maior cidade do Agreste de Sergipe. O mesmo Censo Demográfico, concluiu que Lagarto era a terceira maior cidade do Estado depois de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro. Mais uma decepção!
Embora a área urbana da cidade de Itabaiana tenha crescido muito, a população não cresceu no mesmo rítmo no município. Quando se faz um censo é contado moradores da área urbana e da área rural, e, grande parte do aumento da população na área urbana foi em decorrência dos moradores das áreas rurais irem morar na cidade. É um fenômeno que ocorreu, e, está ocorrendo em todo o Brasil.
A cidade mais conhecida do Brasil!
Com o decorrer do tempo, os moradores passaram a procurar outros ítens, em como se sentir grande em alguma coisa, e, muitos moradores passaram a afirmar que Itabaiana era a cidade mais conhecida do Brasil, e, isso por que vindo de longa datas, os caminhoneiros já levavam o bom nome aos grandes centros do país. Mas, os próprios caminhoneiros e moradores que costumavam visitar outras localidades, foram logo negando a afirmativa. Claro que muitos ficavam inconformados, em vez de aceitarem a negação, partiam para gritaria, e, usavam da baixaria para desqualificar quem negasse (fui vítima neste caso). Eu mesmo viajei para Pernambuco, década de oitenta,e, quando me perguntavam de onde eu era, informava que era de Itabaiana. As pessoas questionavam: então você é paraibano? Eu tinha que explicar que era de Itabaiana em Sergipe, e, eles respondiam: Ah! Você é de Itabaiana Grande!
Cidade dos marchantes (açougueiros que trabalham nos mercados e feiras)
Durante a década de 70 e começo da década de 80 (século XX), éramos chamados de Cidade dos Marchantes em decorrência do grande comércio de Carne Verde. Nos dias de sábado, a partir das cinco da manhã, formava-se uma fila de marinetes (ônibus) na Rua Sete de Setembro e adjacências. Normalmente, o número de marinetes chegava a ser mais de vinte. Até que o preço da Carne Verde passou a ser mais vantajoso se comprado na Cidade de Areia Branca, e, por coincidência, o comércio era realizado pelos marchantes de Itabaiana! Na realidade, devido o custo dos impostos e taxas municipais serem bem menores, em Areia Branca, os comerciantes podiam vender o produto mais barato, e, compensava pagar transporte no deslocamento entre Itabaiana e Areia Branca. .
Cidade do Ouro.
O comércio do ouro é forte até os tempos atuais, mas já foi muito mais comercializado no passado, e, o mais interessante é que em Itabaiana não existem minas de ouro! No período áureo, Itabaiana chegou a ter 21 (vinte uma) joalherias, e, algumas se destacando como as maiores do norte e nordeste do Brasil. Mesmo nos tempos atuais, as joalherias de Itabaiana têm um movimento comparável as joalherias das grandes cidades do país, e, até o momento continua sem a existência de uma única mina de ouro no município e redondezas!
A cidade que tem o maior número de caminhões em todo o Brasil
O gosto em trabalhar de caminhoneiro é uma coisa bem antiga em Itabaiana. Quando ainda era estudante, no CEMB (Colégio Estadual Murilo Braga),umas das coisas que dava mais trabalho aos professores era o desejo de serem caminhoneiros. Muitos alunos quando questionado por que não tinham interesse em estudar, respondiam: e pra ser caminhoneiro é preciso estudar tanto? Escutei muito essa pergunta!
Com o passar do tempo, o número de caminhões aumentou muito na cidade. Ficou tão perceptível que começaram a achar que a cidade era a que mais tinha caminhão no Brasil. Mas, as estatísticas comprovam que não, e, hoje temos de nos contentar em sermos a cidade com maior quantidade de caminhões no Estado de Sergipe.
A cidade com o comércio mais dinâmico do interior sergipano
Quando ouço essa frase, nas rádios locais, fico com a impressão que estamos recebendo um prêmio de consolação! Depois de não conseguirmos ser grandes nacionalmente, partimos para o bairrismo local, e, essa de se sentir grande com comércio dinâmico é apenas para amainar o complexo de inferioridade.
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