A lenda dos raios e das pedras arredondadas
Um das coisas que mais chama atenção das pessoas são os raios e trovões, por ocorrências das chamadas trovoadas. Todo verão era comum a ocorrência dessas trovoadas e também dos famosos raios e relâmpagos.
As pessoas eram instruídas que deveriam tomar certos cuidados quando da ocorrência dessas trovoadas e uma delas era evitar portar objetos metálicos, que os objetos metálicos atraem esses raios e a descarga elétrica produzida são destruidoras e mortais. Só que a grande maioria das pessoas não levava muito a sério essas orientações, pois não é comum, aqui na região, a ocorrências de raios destruindo alguma coisa e a morte por um deles é mais raro ainda.
Um acidente fatal
Quando o Tremendão da Serra (Associação Olímpica de Itabaiana) ainda jogava no antigo Estádio Etelvino Mendonça, no Beco Novo, por ocasião de um jogo em um dia de domingo, ocorreu um desses acidentes trágicos. Um rapaz sentando no muro do terreno (ficava ao lado da residência), muito próximo ao campo, estava chupando cana e para descascar usava uma faca peixeira. Tarde nublada, um calor forte, muitas pessoas (torcedores) passando para
assistir o jogo e começa a trovoada. As pessoas passando e advertindo, o rapaz, sobre o uso da faca peixeira e o perigo de em atrair os relâmpagos. Não deu outra, um relâmpago acertou o infeliz em cheio e o levando a morte.
As pedras arredondadas
Quando criança não era comum encontrar dessas pedras bastante resistentes (Rochas Metamórficas) de forma arredondada. Segundo os mais velhos elas eram encontradas somente em lugares onde caiam raios. Inclusive em uma dessas trovoadas, um raio acertou no tronco de um cajueiro abrindo o mesmo em dois. Ficou todo chamuscado (queimado) e os idosos afirmaram que era só cavar no local do cajueiro que iríamos encontrar uma pedra bastante resistente e de forma arredondada!
Não me lembro de nenhuma ocasião onde alguém tenha duvidado (pelo menos verbalmente) da afirmação dos mais idosos e também nunca encontrei alguém que tenha cavado o lugar do raio para encontra a tal pedra! Essa lenda era repetida e absorvida como verdadeira por todos!
Os passeios a Serra de Itabaiana
Quando já estava adolescente a BR-235 já tinha sido concluída a construção e praticamente toda a piçarra usada para construção foi retirada na Serra Comprida (irmã e vizinha da Serra de Itabaiana). Mas mesmo depois de concluída a construção da BR-235 os caçambeiros continuaram retirando piçarra desta serra para venda a empresas e populares.
Com a construção BR-235 ( Aracaju - Itabaiana) se tornou comum as pessoas fazerem passeios na Serra de Itabaiana e o local mais visitado era o Poço das Moças. A grande maioria fazia passeios em forma de excursão e um pequena minoria costumava acampar.
Todos os acampamentos que fui, na Serra de Itabaiana, sempre chegava na sexta-feira e voltava aos domingos. Em um desses, resolvemos comprar pão para tomarmos café a noite e no amanhecer do sábado e a padaria mais próxima era a de Seu Paulo, em Areia Branca. Na ida até Areia Branca, logo no primeiro riacho (direção saindo da BR em direção ao Poço das Moças) tinha uma caçamba carregada desta piçarra, tirada na Serra Comprida, a parte carregada estava levantada com inclinação de 45 graus, uma bomba jogava água sobre a piçarra que ia lavando e retirando a areia vermelha. Achei meio esquisito se lavar a piçarra e como todo curioso me dirigi ao motorista, com a seguinte pergunta: por que está lavando a piçarra? O motorista explicou: a piçarra lavada era quatro vez o valor da (piçarra) bruta e que as pedras lavadas eram utilizadas para enfeites nos condomínios de Aracaju! Ouvindo da resposta do motorista, sem imaginar como ficariam as pedras depois de lavadas, retornei a viagem de ida a Areia Branca.
No retorno da padaria, a piçarra já esta toda lavada e o motorista estava aguardando somente escorrer a água. As pedras restantes eram todas arredondadas, eram na grande maioria brancas e brilhavam bastante. Foi então que me veio a mente a lenda dos raios e das pedras arredondadas e imaginei: a Serra Comprida deve ter sido o lugar onde ocorreu a concentração do Dilúvio e recebeu todos os raios possíveis para ter tanta pedras de forma arredondada!.
As pessoas eram instruídas que deveriam tomar certos cuidados quando da ocorrência dessas trovoadas e uma delas era evitar portar objetos metálicos, que os objetos metálicos atraem esses raios e a descarga elétrica produzida são destruidoras e mortais. Só que a grande maioria das pessoas não levava muito a sério essas orientações, pois não é comum, aqui na região, a ocorrências de raios destruindo alguma coisa e a morte por um deles é mais raro ainda.
Um acidente fatal
Quando o Tremendão da Serra (Associação Olímpica de Itabaiana) ainda jogava no antigo Estádio Etelvino Mendonça, no Beco Novo, por ocasião de um jogo em um dia de domingo, ocorreu um desses acidentes trágicos. Um rapaz sentando no muro do terreno (ficava ao lado da residência), muito próximo ao campo, estava chupando cana e para descascar usava uma faca peixeira. Tarde nublada, um calor forte, muitas pessoas (torcedores) passando para
assistir o jogo e começa a trovoada. As pessoas passando e advertindo, o rapaz, sobre o uso da faca peixeira e o perigo de em atrair os relâmpagos. Não deu outra, um relâmpago acertou o infeliz em cheio e o levando a morte.
As pedras arredondadas
Quando criança não era comum encontrar dessas pedras bastante resistentes (Rochas Metamórficas) de forma arredondada. Segundo os mais velhos elas eram encontradas somente em lugares onde caiam raios. Inclusive em uma dessas trovoadas, um raio acertou no tronco de um cajueiro abrindo o mesmo em dois. Ficou todo chamuscado (queimado) e os idosos afirmaram que era só cavar no local do cajueiro que iríamos encontrar uma pedra bastante resistente e de forma arredondada!
Não me lembro de nenhuma ocasião onde alguém tenha duvidado (pelo menos verbalmente) da afirmação dos mais idosos e também nunca encontrei alguém que tenha cavado o lugar do raio para encontra a tal pedra! Essa lenda era repetida e absorvida como verdadeira por todos!
Os passeios a Serra de Itabaiana
Quando já estava adolescente a BR-235 já tinha sido concluída a construção e praticamente toda a piçarra usada para construção foi retirada na Serra Comprida (irmã e vizinha da Serra de Itabaiana). Mas mesmo depois de concluída a construção da BR-235 os caçambeiros continuaram retirando piçarra desta serra para venda a empresas e populares.
Com a construção BR-235 ( Aracaju - Itabaiana) se tornou comum as pessoas fazerem passeios na Serra de Itabaiana e o local mais visitado era o Poço das Moças. A grande maioria fazia passeios em forma de excursão e um pequena minoria costumava acampar.
Todos os acampamentos que fui, na Serra de Itabaiana, sempre chegava na sexta-feira e voltava aos domingos. Em um desses, resolvemos comprar pão para tomarmos café a noite e no amanhecer do sábado e a padaria mais próxima era a de Seu Paulo, em Areia Branca. Na ida até Areia Branca, logo no primeiro riacho (direção saindo da BR em direção ao Poço das Moças) tinha uma caçamba carregada desta piçarra, tirada na Serra Comprida, a parte carregada estava levantada com inclinação de 45 graus, uma bomba jogava água sobre a piçarra que ia lavando e retirando a areia vermelha. Achei meio esquisito se lavar a piçarra e como todo curioso me dirigi ao motorista, com a seguinte pergunta: por que está lavando a piçarra? O motorista explicou: a piçarra lavada era quatro vez o valor da (piçarra) bruta e que as pedras lavadas eram utilizadas para enfeites nos condomínios de Aracaju! Ouvindo da resposta do motorista, sem imaginar como ficariam as pedras depois de lavadas, retornei a viagem de ida a Areia Branca.
No retorno da padaria, a piçarra já esta toda lavada e o motorista estava aguardando somente escorrer a água. As pedras restantes eram todas arredondadas, eram na grande maioria brancas e brilhavam bastante. Foi então que me veio a mente a lenda dos raios e das pedras arredondadas e imaginei: a Serra Comprida deve ter sido o lugar onde ocorreu a concentração do Dilúvio e recebeu todos os raios possíveis para ter tanta pedras de forma arredondada!.
Serra Comprida faz parte da Reserva Federal de Itabaiana - SE Foto cedida pelo Historiador José de Almeida Bispo |
Pouco tempo depois escutei nas rádios, em Aracaju, reclamações sobre essa prática de se lavar a piçarra para a obtenção das pedras. É uma atividade altamente poluente e o rio utilizado servia (ainda hoje serve) para abastecimento humano. Os promotores de justiça proibiram a lavagem destas piçarras no referido local e pouco tempo depois também foi proibido retirar piçarra na Serra Comprida devido a mesma fazer parte da Reserva Ecológica de Itabaiana.
Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia -UFS
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