Toda pessoa que tenha formação cristã conhece a História da Virgem Maria que deu luz a uma criança, uma criança que era filha de Deus que se fez homem na Terra. Essa história é difundida pelos cristão como um milagre que trouxe o filho de Deus para Terra. Toda criança, mesmo não sendo religiosa, mas que foi educada por cristãos, sabe dessa história.
Os cristão difundem suas crenças como se essa história fosse única e exclusiva da religião cristã, mas fazendo uma pesquisa em outras religiões mais antigas e de culturas diferentes, se descobre que essa história não é exclusiva do cristianismo. Entre as culturas que encontramos a história de uma virgem que deu luz ao filho de Deus temos: os egípcios (Horos filho Isis), os gregos (Attis filho da virgem Nana), os Persas (Mithra nasceu da virgem Aúra-Masda), etc.
Nas civilizações existentes antes da era Cristã não existia os livros como conhecemos hoje e tudo era registrado esculpindo as histórias em pedras. Um dos registros mais antigo e conhecido, foi escrito 3.500 anos atrás, fica no templo de Luxor no Egito e fala sobre Horos. Estranhamente Horos nasceu no dia 25 de dezembro, tinha 12 seguidores e foi seguido por três reis. Não vou listar todas as coincidências dos fatos entre a religião egípcia e a cristã porque a lista é grande.
Nos tempos atuais não temos nenhuma religião, além da cristã, onde exista a figura da Virgem que deu luz a um filho de Deus, mas dos tempo do surgimento do cristianismo até os tempos atuais muita coisa mudou em relação a religião cristã. Uma das mudança foi que a pessoas quando nasce recebe um registro de existência (Certidão de Nascimento) e quando se casa recebe outro registro confirmando a união entre um homem e uma mulher (Certidão de Casamento). Seguindo a tradição cristão, o casamento deveria ser único e a pessoas não poderia se casar mais de uma vez. Somente os filhos deste casamento (chamados de filhos legítimos) tinham os direitos garantidos perante a justiça e a leis cristã.
O problema é que nem todos respeitam as leis do Estado e da Religião referente a família e acabaram se envolvendo com esposas substitutas fora do casamento e como não poderia deixar de ser, essas relações com outras mulheres também nascem filhos! O problema é que os cristão discriminaram os filhos que nasceram fora do primeiro casamento perante Deus e registrando para o Estado (justiça) como Filho Natural. Passaram a chamar esses filhos nascidos fora do casamento, de forma pejorativa, como Bastardos.
Os filhos ditos Bastardos não podiam ser batizados e indiretamente estavam impedindo a criança de ser considerada filha de Deus e se tornar cristã !!!
Para uma criança que ia se matricular em qual colégio era passar por uma via sacra a quantidade de pessoas perguntados o que seria Filho Natural e se a criança não tinha pai? Claro que tinha muitas dessas pessoas faziam a pergunta já sabendo do que se tratava, mas a ideia era constranger e se sentir grande junto aos filhos bastardos, e claro, por serem filhos ditos legítimos.
Uma das coisas normais na natureza é que as crianças crescem e independente de serem filhos ditos legítimos ou não, elas também aprendem quando colocadas para estudarem. Quando já estava adulto, passei no vestibular e fui estudar um curso de licenciatura na UFS (Universidade Federal de Sergipe). Nesta época, minha Certidão de Nascimento já constava o nome do meu pai, mas aquele ditos amigos e colegas de infância do colégio ainda costumavam perguntar com orgulho quem era filho natural é filho de quem?
Quando ainda era criança e mesmo adolescente eu nunca respondia aos questionamento por orientação da minha mãe, mas com o tempo fui perdendo a paciência e passeia responder aos ilustres amigos filhos legítimos. Toda vez que algum desses ditos amigos perguntava quem era o pai de um Filho natural (faziam a pergunta de maneira indireta e dissimulada) a resposta vinha na ponta da língua: eu não tenho pai por que sou filho da Virgem Maria. Eles ficavam imediatamente calados e acredito que passaram a perceber que o mundo está cheio desses tipos de filhos. Certa vez fui repreendido pelo padre ao responder a um desses questionamento (estávamos na igreja) e me pediu paciência com as pessoas.
Hoje adulto, percebo que durante o passar do tempo, as pessoas religiosas usam as regras da religião como uma arma para se impor como se fosse um ser superior aos demais semelhantes, claro se sentem filhos de Deus e os que não se enquadram nas regras da religião que eles fazem parte são seres inferiores. Nessa ganância, de se mostrarem superiores, criaram dois tipos de filhos: os Filhos Legítimos (de pais casados) e os Filhos Ilegítimos, que são filhos fora do casamento (pejorativamente chamados de Bastardos). O mais incrível é que, sem perceberem, ao criarem o termo Filho Natural para não colocarem oficialmente o nome do verdadeiro pai da criança, oficializaram uma gigantesca quantidade de filhos que oficialmente não tinham pais. Atualmente a lei permite se colocar o nome do verdadeiro pai para os filhos fora do casamento e a pessoas não precisa ser casado para registrar o filho. Juridicamente não tem pais e juridicamente são filhos de mães virgens?
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