Desde que entrei na universidade ouço que a educação tem de ser criativa e libertadora. Professores, alunos e pais de alunos devem ser ouvidos para se chegar uma educação para formação do cidadão a partir das opiniões e interesses da sociedade, ou seja, a educação deveria ser analisada e organizada de baixo para cima. Das camadas sociais até chegar aos administradores. Os administradores tendo como representante principal o MEC (Ministério da Educação e Cultura).
Dos tempos da universidade, até os dias atuais, todas as medidas de como deve ser a educação vem prontas de cima para baixo. O MEC determina como deve ser e todos obedecem como se aquilo fosse uma religião. Atualmente, todo o planejamento para educação vem pronto e em alguns casos as disciplinas vêm acompanhadas com os Planos de Aulas. Claro que esse material vem com esses planejamentos como opções para serem usados nas escolas e que acabam sendo exigidos como obrigatórios por pedagogos e coordenadores. Pela lógica, os professores e pedagogos é que deveriam planejar suas atividades de acordo com a realidade de cada um, mas isso acontece cada vez menos.
Nas diversas secretarias de educação dos Estados e municípios também se criam modelos de planejamentos com nomes diferentes que estranhamente são sinônimos, mas cada coordenador pedagógico tentar impor seus modelos aos professores e demais pedagogos.
O ato de planejar significa estabelecer limites de como cada um deve atuar e por isso o planejamento tem de ser feito de baixo para cima para que todos estabeleçam seus limites dentro das possibilidades e conhecimentos de cada um, mas estranhamente todo planejamento atual e feito de cima para baixo e limitando como todos devem atuar, mas dentro dos interesses de quem planejou. Fala-se muito em Educação Libertadora, mas todo o processo é feito para estabelecer limites nos que trabalham na educação.
Quase em todas as áreas da educação, o planejamento já vem pronto de como e com o que o professor deverá trabalhar os alunos e mesmo para aquilo que não vem pronto, o MEC, secretarias de educação (estaduais e municipais), diretores e coordenadores criam formulários que devem ser preenchidos pelo professor para informar como e o que ele irá lecionar. Toda a organização tem de ser obrigatoriamente dentro dos limites impostos por regras estabelecidas no preenchimento destes formulários.
O problema é que o MEC faz parte da administração pública e como toda administração pública ele recebe influência de políticas partidárias. De acordo com que esteja no poder a administração do MEC muda de mãos e comumente a troca de administradores, geralmente, traz mudança e novos formulários são criados e exigidos. Isso vale para toda mudança de equipe no MEC, nas secretarias de educação municipais e estaduais !
Quem planejar sem preencher esses formulários, exigidos pelos administradores de plantão, corre o risco de ser condenado como um mau professor e poderá ter o trabalho dificultado ou mesmo impedido de trabalhar pelas equipes diretivas e pedagógicas. São considerados bons professores quem atender às exigências e normas quando preencher tais formulários.
Toda essas exigências burocráticas explicadas e exigidas como medidas visando a melhoria da qualidade de ensino e a educação dos nossos jovens. Mas a realidade é outra, toda essa burocracia e para tornar mais fácil a vida dos burocratas no controle e administração das redes de ensino. Embora, em todos eventos, se fale que todas estas regras limitando a ação de professores e alunos estão sendo feitas para estimular uma educação criativa e libertadora!
Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)
www.carlosgeografia.com.br
Texto original: DEBATENDO A EDUCAÇÃO
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Texto original: DEBATENDO A EDUCAÇÃO
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