Flávio Aguiar
Desde que a América Latina ‘saiu do lugar’ – implementou programas consistentes de rompimento do ciclo da pobreza – os pensamentos, todos, de esquerda e de direita, se sentiram extremamente incomodados.
Perderam o primo pobre que os ajudava a se manter no próprio lugar. E auto-centrado, com premissas e conclusões inamovíveis. A Europa era a pátria-mãe do pensamento revolucionário. E o resto era comosto por seus discípulos. Mas a Europa deixou de ser um modelo, tanto para a esquerda, quanto para a direita.
Desde algum tempo o pensamento eurocêntrico vem tentando retomar a ofensiva.
Aliás, dentro e fora da América Latina.
À direita, o caso é negar a pertinência das alternativas de Estado à política de privilégios dos mercados.
The Economist, Financial Times et alii, inclusive em publicações como The Guardian, tomam a dianteira. No Brasil – diamante da América do Sul – nada funciona. É o caos. Citam apenas – Guardian inclusive – a velha mídia. A mídia alternativa não existe para eles. Só têm parâmetros eurocêntricos para pensar isto. Mídia alternativa aqui é coisa de paróquia, igreja, sindicato (aaargh!), não existe, e, se existe, não é respeitável. São políticas-bolha, evanescentes, desaparecerão com o tempo.
Mas há a esquerda. As políticas de combate à pobreza são irrelevantes. Oferecer melhor e mais alternativas às populações pobres é uma falácia. Constróem seu discurso sobre uma Europa que deixou de existir. Hoje, na Espanha, Portugal, Itália, Irlanda, Ucrânia, Bósnia-Herzegovina, França, Chipre, Esolvênia, Lituânia, etc., etc., destróem-se direitos como chupa-se picolé na praça. Esta é que é a verdade.
Entretanto, os pensadores do eurocentrismo continuam a achar que darão as cartas do milênio em matéria de ‘combate ao capitalismo’ – combate no qual se renderam. Renderam-se na frente política, onde partidos de esquerda são minorias bombardeadas continuamente na mídia e fora dela, e sem acomodaram a esta situação ‘cômoda-incômoda’, renderam-se na frente acadêmica, onde são minorias departamentais sem expressão institucional, e renderam-se na frente midiática: nada existe aqui equivalente à Carta Maior, Rede Brasil Atual, TVT, sites de Nassif, Amorim, etc., nem mesmo Democracy Now ou Al-Monitor. Nada.
Para este pensamento, tirar milhões da pobreza é extremamente incômodo. Pobre, afinal, é um bom argumento de discurso. Ao vivo, e saindo da pobreza em dimensões continentais, é um problema.
Rouba-lhe uma razão de ser, talvez até de pensar.
Que pensarão depois?
Não sabem.
Talvez nem nós. Ainda bem. Teremos de pensar tudo de novo. Na contra-mão deste povo.
Prezado Prof. Carlos
ResponderExcluirPenso que o Flávio deveria prestar um pouco mais de atenção ao "Front de Gauche" e no "Syriza" nas análises dele... O crescimento eleitoral desses pequenos partidos em eleições recentes foi significativo. Outra coisa a chamar a atenção é o aumento do sub-emprego na Alemanha... Até quando o governo teuto conseguirá "empurrar com a barriga"? Também não acredito que lideranças europeias de esquerda as levarão a vitórias eleitorais, mas o tremendo aumento da pobreza (europeu ODEIA pobre) certamente balançara a Europa. Ainda mais agora que elegeram verdadeiros "clows" na política como Hollande e Cameron. Nossos correspondentes franceses estão mortos de vergonha com o comportamento servil de Hollande desde a invasão do Mali por ordem de Obama. Hoje piorou! Hollande é o mais novo " poodle"' de Obama. Ver: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/02/siria-obama-reexamina-opcao-militar.html
Olá, tudo bem? A Europa enfrenta uma forte decadência... Veja essa questão da Ucrânia. Disputa o país com a Rússia. Só que os russos querem mais.... Abs, Fabio www.fabiotv.zip.net
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirDeve haver algum engano ou você está desinformado. A Rússia tem até Base militar na Ucrânia e os americanos por intermédios dos europeus querem colocar o pé lá dentro apoiando grupos neonazistas. Se a Rússia vai ficar quieta são outros quinhentos!!!
ResponderExcluir