domingo, 20 de abril de 2025

Por que você fala assim?

 

O "R" caipira do interior de SP, MT, MG, PR e SC deve-se aos indígenas que aqui moravam não conseguiam falar o "R" dos portugueses, não havia o som dessa letra em muitos dos mais de 1200 idiomas da região.

Então na tentativa de se pronunciar o R, acabou-se criando essa jabuticaba brasileira, que não existe em Portugal. A isso também se deve o fato de muitas pessoas até hoje em dia trocarem L por R, como em farta (falta) e frecha (flecha).

terça-feira, 8 de abril de 2025

Armaria, caba da peste!

 

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“Eita! Sertão do Nordeste/ Terra de cabra da peste/ Só sertanejo arrizeste.” E não é? Assim contava Luiz Gonzaga, na canção ‘Cabra da peste’, de 1955. Aí a gente percebe que ‘arrizeste’ é mais gostoso de falar do que ‘resiste’ e ‘cabra da peste’ expressa muito mais que ‘homem valoroso’.
Segundo estatísticas dalgum lugar, não há nordestino que não fale de vez em quando ‘cabra’ em vez de ‘homem’; e 93,52% da população do Nordeste já xingou ou elogiou alguém chamando-o de ‘cabra da peste’.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

ASSASSINANDO A LINGUA PORTUGUESA II

Cada dia mais aparecem pessoas que vivem a corrigir o que eles dizem serem erros de português. Para tal usam argumentos de todas as espécies. Os argumentos vão desde as ditas mudanças para facilitar o aprendizado da linguagem, incorporação de palavras estrangeiras para melhorar o português (sempre adicionam palavras inglesas) e apareceu até uma tal de justificativa dizendo que o idioma tem de ser neutro em relação ao gênero !!!

Durante o período iniciado na chamada Descoberta do Brasil até o ano de 1758, o Tupi (ou língua brasílica) era o idioma mais falado do Brasil. Até essa data, de cada três pessoas vivendo no Brasil apenas uma falava português. A Língua Tupi foi proibida por decreto do Marquês de Pombal com o objetivo de enfraquecer a Igreja Católica e os jesuítas que usavam o tupi para catequizar os nativos, ou seja, facilitar o controle da população na colônia por parte da Metrópole Portugal.

domingo, 3 de novembro de 2024

Tomando banho de sol

Durante o inverno era comum muitas pessoas se aquecerem sob o sol, da manhã, e amenizar o frio da madrugada. Durante as caminhadas que fazia nas idas aos sítios dos colegas e parentes, eu sempre percebia as pessoas de cócoras, nos pátios das casas, se aquecendo ao sol. Na realidade muitos estavam se aquecendo enquanto aguardavam o jantar da manhã (eles sempre falavam aguardando o café) para depois irem para o exaustivo trabalho na roça.

Os seres humanos não eram os únicos animais que aproveitavam o raiar do sol para se aquecer. Vários outros animais ficam postados ao sol e os urubus eram os mais comuns. Sempre pousavam em árvores muitas altas e ficavam de asas abertas para se aquecerem. Para os outros animais nem sempre era possível tal feito. Um coelho ou mesmo um preá não poderiam se dar ao luxo de ficarem expostos em locais altos tomando sol, pois poderiam ser vítimas de algum predador pelas redondezas.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Antigas profissões do cebolas XVI - Os Pequenos Engraxates

 Uma das profissões que tinha muitos menores trabalhando, nas décadas de 70 e 80 do século XX, era a de engraxate. Na década de 60 existia a figura do engraxate, mas a profissão era exercida por adultos, não eram ambulantes e era um serviço que a população geralmente procurava sempre aos sábados e domingos.


As mulheres geralmente mandavam levarem os sapatos até o engraxate, mas a grande maioria dos homens tinha o hábito de engraxar os sapatos indo até o engraxate (profissional que engraxava artefatos de couro) e na maioria das vezes faziam isso antes das missas. Claro que sempre se formava uma roda de conversa (popularmente conhecida como roda de fofocas) entre os clientes e o engraxate!

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Antigas profissões dos cebolas XV - O Artesão de Gaiolas

 O fabrico de gaiolas é atualmente uma profissão em extinção devido a forte pressão social em relação a preservação dos animais silvestres e nesse caso mais específico é em relação a preservação dos pássaros. Mas era muito comum a venda de gaiolas, décadas de 70 e 80 do século XX, na feira de Itabaiana e existia uma parte da feira que se chamava feira dos pássaros e lógico, também de gaiolas.



domingo, 13 de outubro de 2024

Antigas profissões dos cebolas XIV - Os vendedores de produtos milagrosos

 Nas décadas de 60 e 70, do século XX, os meios de comunicação não conseguia atingir todo o território nacional e mesmo para aquelas regiões onde o sinal poderia ser captado tinha o problema que nem todo mundo tinha rádio e televisores eram muitos mais raros.


Em decorrência das dificuldades das pessoas se informarem, era comum aparecerem, nas feiras, todo tipo de gente (comprando e vendendo), todo tipo de produto e quem nem sempre tinham alguma utilidade. Era comum aparecerem pessoas vendendo produtos para cura de tudo que era tipo e os mais comuns eram os vendedores de produtos para cura de mordida de cobra e os vendedores de Diosgenine em Pó. 


Equipamento muito usado por vendedores ambulantes na década de 60-70 do século XX


Todos os dois tipos de vendedores tinham serviço de alto-falantes, usavam, na maioria das vezes um microfone amarrado no peito, sempre carregavam uma cobra e alguns deles se vestiam usando ternos.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

O encantador de cobras

 

Sempre achei impressionante as pessoas que ganham a vida mostrando um controle sobre as cobras (serpentes). Inicialmente, pensava que encantador de serpentes fosse coisa somente do mundo árabe, depois passei notar, vendo alguns filmes, que os indianos também praticam essa atividade. É bom lembrar, que essas ideias sobre pessoas encantando serpentes nos são ensinadas através de filmes no cinema e na tv.

Mas como o decorrer do tempo passei a notar que no Brasil, mais especificamente na minha terra natal, tínhamos nossos encantadores de serpentes No passado, quando ainda frequentava as feiras do interior, era comum vermos os chamados marreteiros se utilizando de serpentes para venderem seus produtos. Tudo bem que os encantadores de serpentes que víamos no cinema e na TV ganhavam a vida encantando as serpentes fazendo com que elas ficassem dançando e com isso as pessoas sempre pagavam com alguma quantia pelo espetáculo. Já no nosso querido Brasil, as serpentes era apenas um meio de atrair a atenção das pessoas para vender algum produto e o produto mais vendido usando serpentes era a famosa Diogenina em Pó.