Antes dos invasores europeus chegarem as terras do chamado continente americano, os nativos aqui residentes viviam organizados em diversas tribos, organizados em nações, com níveis diferentes de tecnologia e organização social. Algumas nações tinham os níveis tecnológicos avançados com a produção de artefatos de metais, enquanto outras nações sequer sabiam da existência desses metais.
Em Pindorama (atual Brasil), os nativos ainda não produziam artefatos de metal, apesar de produzirem parte dos alimentos praticando a agricultura. Eles utilizavam artefatos feitos de pedras e grandes ossos de animais como ferramenta para trabalharem a chamada roça, na construção de embarcações (canoas) e construções das moradias (aldeias). Em decorrência da precariedade dessas ferramentas, o trabalho na agricultura era degradante e exigia muita resistência física.
Em Pindorama (atual Brasil), os nativos ainda não produziam artefatos de metal, apesar de produzirem parte dos alimentos praticando a agricultura. Eles utilizavam artefatos feitos de pedras e grandes ossos de animais como ferramenta para trabalharem a chamada roça, na construção de embarcações (canoas) e construções das moradias (aldeias). Em decorrência da precariedade dessas ferramentas, o trabalho na agricultura era degradante e exigia muita resistência física.
Todo o trabalho de corte, transporte e carregamento dos navios, com Pau-brasil, eram feito pelos nativos. |
Com a chegada dos invasores europeus (os mais numerosos foram franceses, espanhóis e portugueses) passaram a ter acesso a diversos tipos de quinquilharias. Entre as peças de quinquilharias (segundos os invasores portugueses) a mais procuradas eram produtos de enfeites, mas eles levavam peças importantíssimas, para o trabalho agrícola, entre elas: as enxadas, facas, machados e foices. Essas ferramentas amainavam o pesado trabalho na roça e construções das aldeias. Para conseguirem estas ferramentas, faziam o trabalho de corte e carregamento da madeira do Pau-brasil (árvore que deu o atual nome a região) e que acomodavam devidamente nos navios.
Em decorrência do descobrimento da produção de tintas sintéticas o Pau-Brasil perdeu o grande valor comercial. Para substituir, o gigantesco lucro do comércio de madeiras, os portugueses resolveram produzir açúcar. A produção de açúcar em grande escala é necessário grandes extensões de terras ( para o plantio da cana-de-açúcar) e muita mão-de-obra para a produção.
Os nativos não estavam dispostos a abandonares as terras onde vivia, deixarem de produzirem para consumo próprio e terem de produzir para os portugueses. Para piorar a situação dos comerciantes portugueses, os nativos só apareciam quando necessitavam obter mais ferramentas e como o comércio do Pau-brasil era somente em períodos intercalados, raramente ocorria conflitos entre as partes.
Os nativos viviam sem a necessidade de se acumular produção (não tinha ganância financeira), tinham divisões de tarefas entre homens e mulheres (a coleta era um trabalho feminino) e portanto não tinham nenhum interesse em trabalharem de modo ostensivo como o exigido na produção do açúcar.
Em decorrência do descobrimento da produção de tintas sintéticas o Pau-Brasil perdeu o grande valor comercial. Para substituir, o gigantesco lucro do comércio de madeiras, os portugueses resolveram produzir açúcar. A produção de açúcar em grande escala é necessário grandes extensões de terras ( para o plantio da cana-de-açúcar) e muita mão-de-obra para a produção.
Os nativos não estavam dispostos a abandonares as terras onde vivia, deixarem de produzirem para consumo próprio e terem de produzir para os portugueses. Para piorar a situação dos comerciantes portugueses, os nativos só apareciam quando necessitavam obter mais ferramentas e como o comércio do Pau-brasil era somente em períodos intercalados, raramente ocorria conflitos entre as partes.
Os nativos viviam sem a necessidade de se acumular produção (não tinha ganância financeira), tinham divisões de tarefas entre homens e mulheres (a coleta era um trabalho feminino) e portanto não tinham nenhum interesse em trabalharem de modo ostensivo como o exigido na produção do açúcar.
Um trabalhador português fiscalizando os nativos preguiçosos! |
As terras adequadas para o plantio da cana-de-açúcar eram ocupadas por florestas e vivendo nessas florestas existiam diversas tribos. Era de onde os nativos tiravam os produtos para o sustento da comunidade nas diversas atividades: pesca, caça, coleta e agricultura. Os invasores portugueses tiveram que obrigar os nativos retirarem a floresta. Perante a resistência muitos foram mortos, outros fugiram e os capturados foram transformados em escravos. Mesmo os transformados em escravos a resistência foi grande. Grande parte dos serviços na atividade agrícola canavieira é a colheita e na cultura nativa a colheita era trabalho feminino. Foram agredidos fisicamente e moralmente muitos preferiam morrer a ter de trabalhar como escravos para os invasores portugueses.
Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)
Não é tarefa muito fácil analisar o comportamento dos povos invasores daqueles tempo que se comportavam ainda como seres primários, muito rudes, chefiados por outros tantos que se impunham pela força. Na invasão do continente americano por franceses, espanhóis e portugueses, temos hoje conhecimento de quantas barbaridades os povos nativos sofreram dos invasores. Perseguiram prenderam, escravizaram, espancaram e mataram centenas de milhares, talvez até mais de milhão de ameríndios! Mesmo fazendo menos barbaridades que os outros invasores, os lusitanos também cometeram muitas atrocidades e a a pior foi não terem respeitado a cultura dos povos arborígenes a quem hoje chamam de índios e muitos ainda vivem no seu habitat natural, mas continuam sendo muito desresoeitados. A mentalidade dos povos ameríndios nunca foi belicosa e até hoje podemos notar isso porque têm motivos em demasia para se revoltarem contra os invasores.
ResponderExcluirPrimeiramente quero agradecer os comentários. Quanto ao texto, o objetivo não é julgar os povos invasores e sim mostrar uma ironia que se perpetua ao longo dos tempos. Mesmo nos tempos atuais os nativos são chamados de preguiçosos e olha que isso ocorre em livros didáticos e é repetido pelas pessoas como verdadeiras e a própria explicação da ocupação do osso território demonstra que isso não é verdadeiro.
ExcluirTudo isso sob o conhecimento dos cristãos. Na Europa era proibida a escravidão, e o negros só chegaram lá depois de muitos anos, mas como mão de obra barata.
ExcluirNas colônias era "permitido" a escravidão sob o ponto de vista do Marquês de Pombal, que para ter êxito expulsou os jesuítas, mas manteve outras congregações favoráveis aos interesses do colonizador europeu. Hoje ainda se vê isso, na cultura das empresas ruralistas que vira-e-mexe são apanhados com trabalhadores escravisados!!!
Como sempre, um bom texto, simples e de fácil assimilação, conteúdo importante para nossos jovens principalmente, parabéns!
ResponderExcluirProf. Walter
Graduado em Sociologia/UERN
Obrigado pela visita. Exsite um grave problema nas informações sobre nossa história: 1) a grande maioria das informações são distorcidas, muitas são escondidas e mesmo as informações passadas trazem a negação da própria informação no próprio contexto da mesma.
ExcluirOlá, Carlos,
ResponderExcluirTenho acompanhado há tempos o blog; me anima sempre encontrar formulações e perspectivas esclarecedoras mescladas numa linguagem de excelente compreensão.
Esta por exemplo..."Entre as peças de quinquilharias (segundos os invasores portugueses) a mais procuradas eram produtos de enfeites, mas eles levavam peças importantíssimas, para o trabalho agrícola, entre elas: as enxadas, facas, machados e foices. Essas ferramentas amainavam o pesado trabalho na roça e construções das aldeias. Para conseguirem estas ferramentas, faziam o trabalho de corte e carregamento da madeira do Pau-brasil (árvore que deu o atual nome a região) e que acomodavam devidamente nos navios.".
Recomendo muito aprofundar este ponto noutros destaques que é a relação Tecnologia/Sociedade... temos constatado pelas pesquisas modernas e contemporaneas da Sociologia da Tecnologia, e dos Estudos (interdisciplinares) de Ciência, Tecnologia, Sociedade latinoamericanos, que tal lógica foi recriada politicamente. Sobretudo conformando o poder político com gente que é adepta deste tipo de troca assimétrica para fazer alianças com euro-estadunidenses. Nestas trocas desiguais a tecnologia é negociada ao longo de todos os ciclos econômicos e produtivos na América Latina. A troca de tecnologia interessa aos grupos dominantes produtivos ou não, desde que - ao realizar a "atualização" tecnológica - as demais condições sociopolíticas e econômicas devem permanecem inalteradas (concentração de renda, externalidades economicas, desastres ambientais; padrão de crescimento das cidades).
cordialmente,
R.T. Neder
UnB
Observatorio do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina
www.obmts.unb.br
Editor chefe da revista Ciência & Tecnologia Social - UnB
A história está sendo recontada e de vários pontos de vista e de vários pontos de vista fica cada vez mais claro que sempre existiu (ainda existe) uma preocupação de se esconder ou modificar os fatos.
ExcluirÓtimo e sucinto texto sobre a colonização portuguesa (e espanhola!) nas Américas.
ResponderExcluirA história da colonização portuguesa no Brasil necessita ser reescrita. Ainda hoje persistem certos mitos nos quais muitos acreditam.Como aconteceu e ainda acontece nos dias atuais,a desinformação e a má fé é a que prevalece, felizmente somente para alguns.
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