Relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada publicado nesta terça-feira indica País menos desigual socialmente
Em estudo lançado nesta terça-feira (1º), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que, de 2000 a 2010, o Brasil reduziu o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). Durante o período, o País destacou-se pela implementação de um conjunto de políticas públicas responsáveis pela erradicação da fome e da pobreza extrema.
De acordo com o Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros, em 2000, o índice estava fixado em 0,446, taxa considerada de alta vulnerabilidade social. O último valor contabilizado pela entidade, referente a 2010, foi de 0,326 — uma queda de 27% em relação à medição anterior. Em 2010, eram 3.610 os municípios brasileiros que apresentavam alta vulnerabilidade social. Dez anos depois, constatou o Ipea, eles haviam diminuído para 1.981.
O resultado retira o Brasil do ranking dos países com alta vulnerabilidade social, posicionando-o na faixa média. A nova colocação é reforçada, ainda, pelo número de municípios com baixa ou muito baixa vulnerabilidade social: em uma década, eles passaram de 638 a 2.326.
O Ipea chama a atenção para alterações no índice das diversas regiões brasileiras. Segundo o Instituto, a evolução apresentou-se com maior nitidez no Centro-Oeste [especialmente a faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul (MS)], no Norte [com destaque para o Estado de Tocantins (TO)] e no Nordeste [sul da Bahia (BA), Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN) e leste de Pernambuco (PE)].
Infraestrutura urbana
Um dos subíndices na medição da vulnerabilidade social, o IVS Infraestrutura Urbana mede a evolução das condições de moradia dos brasileiros por meio de três indicadores: abastecimento de água e saneamento básico adequados, coleta de lixo e o tempo gasto pelas pessoas no descolamento diário ao local de trabalho.
Em 2000, a maioria dos municípios do Sul e do Sudeste já se mantinham com índices muito baixos, enquanto o Nordeste detinha certa heterogeneidade e o Norte destacava-se pela alta vulnerabilidade social em relação à infraestrutura urbana. Dez anos depois, a penúltima das regiões apresentou alterações expressivas. A última, uma pequena evolução.
Capital humano
O IVS que mede o estoque de capital humano e seu potencial de construção junto a novas gerações (combinando elementos do capital familiar com o escolar) orienta-se pelos seguintes fatores: mortalidade infantil; crianças e adolescentes até 14 anos fora da escola; mães precoces; mães chefes de família, com baixa escolaridade e com filhos menores de idade; baixa escolaridade domiciliar estrutural; e a presença de jovens que não trabalham ou tampouco estudam.
No início do século, praticamente todo o Brasil estava fixado na faixa de alta vulnerabilidade no que diz respeito ao capital humano, com algumas exceções nos estados de São Paulo (SP) e de Minas Gerais (MG) e na região Sul. Em 2010, os indicadores passaram a apresentar avanço considerável no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul.
Renda e trabalho
Segundo o Ipea, a vulnerabilidade de renda é medida por indicadores do fluxo de renda presente, levando em consideração fatores como a desocupação de adultos; a ocupação informal de adultos pouco escolarizados; a existência de pessoas em domicílio que dependem da renda de pessoas idosas; e a presença de trabalho infantil.
Em 2000, a grande maioria dos municípios brasileiros estava na faixa de alta vulnerabilidade em relação à renda e ao trabalho, à exceção da região Sul e de algumas poucas localidades no Sudeste (SP e MG) e no Centro-Oeste [Mato Grosso (MT) e MS]. Em 2010, o estudo do Ipea acusou um aumento no número de municípios do Sul com baixo IVS Renda e Trabalho.
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