Antes de lembrar a definição mais simples “Revolução Industrial foi a introdução de novas tecnologias (máquinas) e novas fontes de energia (vapor, eletricidade) no sistema produtivo”, vamos refletir.
Qual a primeira consequência de colocar máquinas a fazer o trabalho humano? O fato de que as máquinas fazem mais ligeiro.
E qual a importância de fazer mais ligeiro? Certamente não é a melhor qualidade visto que um produto artesanal pode ser muito melhor que um produto feito pela máquina. Então qual a vantagem de fazer mais ligeiro? O fato que isso representa que se faz mais, em maior quantidade, aliás bem maior quantidade a partir de que as máquinas são aperfeiçoadas indefinidamente e, por isso, sempre fazendo mais e melhor.
Então, a pergunta mais importante: qual a importância de se fazer com a máquina e novas fontes de energia, consequentemente, mais rápido e em maior quantidade? A possibilidade de ganhar mais dinheiro.
Ulalá... eis o mistério da industrialização.
A Revolução Industrial foi uma revolução nas possibilidades de ampliação dos lucros.
Antes da revolução industrial os horizontes da riqueza eram bem mais modestos. O rico era rico mas não era imponderável. As peças de Shakespeare no século XVII eram vistas no mesmo teatro por pobres e ricos. Aliás, eles se conheciam. A diferença era que os pobres levavam as próprias cadeiras de casa.
Depois da Revolução industrial a possibilidade de lucrar e fazer fortuna se ampliou dramaticamente. O rico, ficaria tão rico que se tornaria invisível ao pobre.
Se antes fazendo 10 chinelos por dia o dono dos instrumentos e do capital ficava satisfeito se vendesse 8, depois da revolução, podendo fazer mil por dia, a venda tinha que ser compatível com a produção e consequentemente o dono das máquinas e do capital não se conformaria em vender 8 e ser rico, iria querer vender mil e ser milionário.
O trabalho industrial para funcionar, precisava de mão de obra abundante, matéria-prima mais barata possível e gente que comprasse. Gente, muita, muita gente, pois as máquinas, precisam de gente para opera-las.
Desde o seu primeiro estágio, no século XVIII, a indústria resolveu o problema da mão de obra, transformando artífices em operários. Milhares, milhões de trabalhadores braçais foram enredados nas engrenagens que lhe tiraram os instrumentos e lhe deram um salário.
Para garantir a abundância da oferta de mão-de-obra e assim barateá-la, houve uma pequena revolução na agropecuária inglesa com os enclousures que, a partir da produção intensiva demitiu milhares, liberando-os para o trabalho nas cidades.
Os segredos do processo da feitura do produto se perderam do antigo artesão com a máxima especialização, que ao mesmo tempo que tornava tudo mais rápido, escondeu do simples trabalhador o segredo do preço final do todo.
O artesão que antes, com seus instrumentos fazia todo o sapato, agora trabalhava numa sessão que fazia apenas a sola, por exemplo, e só sobre sola ele entendia e era especialista.
Dessa forma embora a produção tenha se multiplicado a riqueza não foi do estado e de seus cidadãos, mas apenas dos proprietários das máquinas e das fábricas, portanto, uma revolução dos ricos.
E os ricos desejam agora tornar os povos seus escravos, escravos com grilhões de ouro que trabalhem muito para continuarem a enriquecer seus patrões e manterem-se acorrentados pelos sofisticados grilhões que nem de ouro são, tão pouco machucam as canelas, mas são piores que celas de imenso presídio cheio de criminosos alienados pelos carcereiros. Impera a lei do mais forte, é que nem presídio.
ResponderExcluir