Num
discurso unificado e enfadonho, diariamente os líderes da oposição
demotucana, os “agentes do mercado” e a mídia rentista repetem
que o Brasil precisa cortar gastos públicos. A “gastança”,
segundo eles, estaria concentrada na Previdência Social e no
“inchaço” da máquina pública. Em síntese, eles propõem a
redução dos direitos previdenciários e a demissão de servidores.
A
malandragem é evidente. É certo que o país desperdiça dinheiro
com gastos desnecessários. Mas a culpa não é dos aposentados ou do
funcionalismo. O sangramento se dá, principalmente, pelo pagamento
dos juros aos rentistas. Neste ponto, porém, o deus-mercado
silencia. Ele quer cortar gastos dos mais necessitados para sobrar
mais dinheiro – o tal superávit primário – para os ricaços.
R$
160 bilhões torrados com juros
Segundo
relatório do Banco Central, o superávit primário do setor público
consolidado – governo federal, estados, municípios e empresas
estatais – chegou a R$ 4,561 bilhões em agosto. Mas a economia não
foi suficiente para cobrir os gastos com juros, que atingiram R$
21,663 bilhões. Com isso, o déficit nominal ficou em R$ 17,101
bilhões, contra R$ 10,699 bilhões de agosto de 2010.
Nos
oito meses do governo Dilma, o superávit primário atingiu R$ 96,540
bilhões. No mesmo período, o gasto com juros chegou a R$ 160,207
bilhões, ante R$ 125,045 bilhões de janeiro a agosto de 2010.
Segundo o próprio relatório do BC divulgado na sexta-feira (30), o
aumento do sangramento se deu “principalmente, pelo patamar mais
elevado da taxa Selic acumulada no ano”.
Contra
a “gastança” dos juros
Isto
sim é que é “gastança pública”. O esforço produtivo nacional
é assaltado para beneficiar 0,01% de rentistas do Brasil. O certo
seria desencadear uma campanha pela imediata redução da “gastança”
com juros, exigindo a sua drástica queda e outras medidas mais duras
de combate à especulação financeira. Evidente que a oposição
demotucana e a mídia rentista não vão topar!
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